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O Instituto Pedro Nunes (IPN) assinalou o Dia Internacional da Mulher com um evento que promoveu a reflexão sobre temas essenciais como a igualdade de género, a diversidade e o bem-estar no local de trabalho. A iniciativa, realizada no dia 10 de março, reuniu especialistas de diversas áreas para debater os desafios e oportunidades na construção de ambientes mais inclusivos.
A sessão abriu com um panorama atual sobre igualdade de género e diversidade, preparando o terreno para um painel de debate sobre “Empreendedorismo, Tecnologia e Diversidade”, que contou com a participação de Teresa Mendes, Professora Emérita da Universidade de Coimbra, e Maria Manuel Leitão Marques, Economista e ex-Deputada do Parlamento Europeu, com moderação de Jorge Pimenta, Diretor de Inovação do IPN.
Durante a discussão, abordaram-se temas como a baixa representatividade feminina no empreendedorismo e na tecnologia, a necessidade de reforçar o papel das mulheres em cargos de liderança e os desafios culturais e estruturais que dificultam a equidade de género nestes setores. Maria Manuel Leitão Marques sublinhou que, apesar de avanços, persistem desigualdades históricas e estruturais, reforçando a importância de medidas como a promoção de quotas e o incentivo à participação feminina em espaços de decisão. Teresa Mendes destacou a necessidade de dar visibilidade às mulheres empreendedoras e criar um ecossistema mais favorável ao seu crescimento.
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Seguiram-se duas talks: Rita Mendes, Senior People Specialist da Present Technologies, abordou o impacto da diversidade e inclusão na performance das equipas, destacando que empresas diversas podem alcançar uma rentabilidade 25% superior e reduzir a rotatividade em 50% ao promover culturas inclusivas. Rita destacou práticas eficazes para promover a inclusão, como políticas de recrutamento sem viés, programas de mentoria e equidade salarial. Já Telma Margarida Alves, Investigadora em Psicologia das Organizações e do Trabalho da Universidade de Coimbra, destacou a importância do bem-estar e da saúde mental nos locais de trabalho, apresentando o projeto WinWORK. Este projeto visa criar ambientes laborais mais saudáveis e sustentáveis, promovendo estratégias de prevenção do stress e boas práticas de ergonomia e mindfulness. "Ter saúde psicológica não significa ausência de desafios, mas sim desenvolver estratégias para lidar com eles", afirmou Telma.
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O evento encerrou com um momento de debate e networking, durante o qual os participantes puderam trocar experiências e discutir soluções para a promoção da igualdade de género no ambiente profissional.
O compromisso do IPN com a igualdade de género
O IPN reforçou o seu compromisso com a igualdade de género e diversidade, destacando algumas das suas iniciativas nesta área. Desde 2021, o Grupo de Trabalho para a Igualdade de Género do IPN tem desenvolvido ações de sensibilização, formação e monitorização de dados, além de implementar o Plano de Igualdade de Género, atualizado a cada três anos. O grupo é composto por várias unidades, incluindo Planeamento e Gestão Organizacional, Jurídico, Recursos Humanos e Inovação e Incubadora.
As dimensões críticas e estratégicas da igualdade de género no IPN incluem:
Organizacional: Monitorização de dados, formação e sensibilização interna.
Comunicação Institucional: Orientações para eventos, conteúdos e linguagem inclusiva.
Investigação e Desenvolvimento: Promoção da igualdade de género na composição de equipas e na abordagem de projetos de I&D.
Prevenção do Assédio no Trabalho: Implementação de um Código de Boa Conduta e formação contínua.
Conciliação entre Vida Profissional e Pessoal: Ações de bem-estar e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Recrutamento e Progressão na Carreira: Revisão da política salarial, avaliação de desempenho e apoio à progressão de mulheres em cargos de liderança.
O cenário da igualdade de género em Portugal
Tal como o resto da Europa, Portugal tem um problema com a diversidade de género no ecossistema empreendedor. Em 2021, apenas 22% das startups em Portugal eram fundadas por mulheres (Startup Portugal, Startup & Entrepreneurial Ecosystem, 2021). No entanto, tem havido uma ênfase crescente na promoção da diversidade e inclusão de género, através de iniciativas governamentais, aceleradoras de startups e um reconhecimento crescente entre investidores do potencial de equipas fundadoras diversificadas e lideradas por mulheres【Fonte: Vestbee】.
Na educação, a disparidade de género continua a ser evidente. As áreas de estudo STEM – Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática representam apenas 22,8% do total de alunos, com uma presença masculina de 36,9%, comparada com apenas 13,4% de mulheres. Em contrapartida, áreas como Educação e Saúde têm uma maioria esmagadora de mulheres (84,4% e 77,2%, respetivamente)【Fonte: InCode2030】.
No setor das TIC, apesar de Portugal ter uma percentagem de mulheres especialistas (20,4%) superior à média da UE (18,9%), ainda se verificou um declínio na presença feminina na área, passando de 21% em 2021 para 20% em 2023. Barreira culturais e educacionais continuam a dificultar o acesso das mulheres às oportunidades no setor【Fonte: Digital Skills Jobs & InCode2030】.
O IPN continuará a promover ações que incentivem a equidade, inclusão e diversidade, reconhecendo que apenas através de esforços coletivos será possível construir um ambiente de trabalho mais justo e inovador.