IPN - Instituto Pedro Nunes - IPN desenvolve tinta inovadora com capacidade de impermeabilização ao radão por adição de resíduos de casca de ovo

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IPN desenvolve tinta inovadora com capacidade de impermeabilização ao radão por adição de resíduos de casca de ovo
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Laboratórios de I&DT
 
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O Instituto Pedro Nunes (IPN), em colaboração com uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra (FCTUC), desenvolveu uma tinta inovadora por adição de resíduos de cascas de ovos com capacidade de impermeabilização à passagem do gás radão.

«O projeto ShellutionPlus procurou desenvolver cargas minerais biogénicas de forma inovadora e sustentável para a formulação de tintas e papel, conciliando os desafios associados à gestão e processamento de um resíduo alimentar com o necessário ao desempenho técnico dos produtos enunciados», começa por explicar Teresa Vieira, professora e investigadora do Centro de Engenharia Mecânica, Materiais e Processos (CEMMPRE) do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) da FCTUC.

O que diferencia o carbonato de cálcio existente no ovo da galinha em relação ao que ocorre na natureza e do sintético, «é a nano porosidade que está presente na casca do ovo, e que se mantém durante processamento da tinta, contribuindo para melhorar certas propriedades óticas e potenciar o efeito de barreira à passagem do gás radão», como complementa João Duarte, investigador do IPN.


Esta nova composição de tintas está patenteada (nºs EP4168494A1 e WO2021255083A1).

«No caso da indústria papeleira demonstrou-se o potencial das cargas minerais biogénicas para a melhoria das propriedades de resistência mecânica», afirmou Paulo Ferreira, professor no Departamento de Engenharia Química (DEQ), que coordenou na FCTUC o projeto na vertente da aplicação em papel. «Todavia, não se avançou com a utilização deste carbonato de cálcio à escala industrial porque a capacidade de produção de casca de ovo em Portugal é insuficiente para satisfazer das necessidades das empresas produtoras de papel»,


Apesar dos resultados promissores, esta inovação enfrenta ainda alguns desafios e necessita de otimização. A quantidade insuficiente de produção da casca de ovo é um problema, mas a questão da separação da parte orgânica e inorgânica está a tornar difícil a comercialização no mercado. «Contudo, no futuro o impacto deverá ser positivo, tanto para quem produz o resíduo, que o consegue encaminhar e evitar a ida para o aterro, mas também para quem o recebe, uma vez que contribui para produtos de valor acrescentado, e que advém de um resíduo de características únicas, posicionando as indústrias envolvidas na vanguarda da sustentabilidade», concluem.

O “SHELLUTIONPLUS - Utilização de casca de ovo nanoporosa em cargas de tintas e papel” foi coordenado pelo investigador do IPN João Duarte e pelos docentes da FCTUC, Paulo Ferreira e Teresa Vieira.

Data

6 de Junho de 2024

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