Os sistemas de saúde e os serviços de segurança social europeus enfrentam enormes desafios, entre eles podem-se destacar:
• Envelhecimento populacional crescente, levando a uma duplicação da população idosa comparativamente com a população em idade ativa. Esta situação leva a um aumento do número de utentes com múltiplas co-morbilidades que forçará uma mudança de paradigma de doenças agudas para doenças crónicas. O aumento da existência destas doenças crónicas pode consumir cerca de 90% da capacidade de resposta dos serviços de saúde;
• A existência de novos tratamentos leva a um substancial aumento dos custos de saúde por utente, o que levanta tensões nos orçamentos no setor da segurança social;
• Todos os 22 países constituintes da União Europeia denunciam a falta de recursos humanos, nomeadamente médicos, enfermeiros e assistentes operacionais;
• Uma expectativa crescente de utentes e cidadãos no que diz respeito a um acesso aos serviços de saúde mais eficaz, conveniente, acessível e intuitivo.
Todos estes desafios foram direta ou indiretamente agravados pela pandemia COVID que estão a causar pressões sem precedentes nos serviços nacionais de saúde. Para contrabalançar todas estas pressões, há uma grande necessidade de implementar medidas para o melhor custo-benefício e sustentabilidade dos serviços de saúde.
Há, portanto, a necessidade de identificar novas abordagens para promover cuidados de saúde sustentáveis ao mesmo tempo que se aumenta a eficácia (como um todo e por indivíduo). O uso de tecnologias de informação para gerir informação clínica não é nova, e grande parte das organizações de saúde já implementaram infraestruturas digitais, no entanto, com o reforço do uso de smartphones, sensores e outras tecnologias de saúde digitais entre a população, abriu-se toda uma nova janela de oportunidades para melhorar a saúde dos cidadãos europeus. Desde tecnologias que permitam aos cidadãos gerir a sua saúde mais eficazmente, passando por formas mais intuitivas de diagnóstico de doenças, assim como monitorizar o impacto de políticas de saúde, as tecnologias digitais para a saúde, poderão vir a ter um efeito promissor na maneira como estes serviços são providenciados e geridos. No entanto, este potencial promissor do digital ainda não foi largamente materializado nesta indústria.
O Health Chain propõe adoção de um modelo, interligando 5 ecossistemas regionais a nível europeu.
Este modelo, impulsionado pela procura, será co-criado e aperfeiçoado para a implementação e validação a um portfolio de 15 sub-projetos.
É impulsionado pela procura, já que são as instituições de saúde que identificam desafios a serem resolvidos. O desenvolvimento de soluções para estes desafios é feito em co-criação entre clientes e fornecedores. Finalmente, e muito importante, há um compromisso do cliente para adotar a inovação, se esta tiver sido validada e avaliada positivamente. Além disto os mediadores dos ecossistemas, promovem apoio aos fornecedores para estes poderem expandirem o seu know-how e impulsionar a competitividade da inovação.
Esta abordagem é reforçada pela colaboração inter-regional, liderada pelos facilitadores de ecossistema que funcionam igualmente como elo de ligação nos ecossistemas regionais levando a que todos beneficiem desta abordagem. Isto irá ser possível através do uso por estratégias de especialização inteligentes destas cinco regiões, onde a Saúde foi assumida como prioridade.
O projeto Health Chain incluirá a criação de uma CoP (Community of Practice) entre as regiões europeias, que irá estabelecer e explorar maneiras sustentáveis para o modelo de cadeia de valor proposto, com o uso dos seus recursos próprios das regiões que vá para além da duração do projeto.
Este projeto ambiciona promover a transformação digital das organizações de saúde, através de prestação serviços de saúde mais eficaz, conveniente, acessível e intuitiva, aos cidadãos das cinco regiões do consórcio e igualmente das outras regiões europeias interessadas em replicar as lições apendidas e as melhores práticas que ressaltaram do Health Chain.