Os implantes dentários (estruturas rígidas que se posicionam cirurgicamente no osso maxilar para substituição dos dentes) apresentam um elevado preço comercial em parte devido a custos associados ao seu processo de fabrico. Atualmente são produzidos, unidade a unidade, por tecnologias convencionais de maquinação de materiais metálicos.
Para produção em série de microprodutos complexos (ex. implantes), em metal/cerâmico, a moldação por microinjeção mostra ser uma alternativa técnica e economicamente viável.
O principal objetivo do projeto BePIM II foi produzir implantes dentários com capacidades osteorintegradoras e um baixo custo de produção, utilizando um material inovador como alternativa ao Titânio e respetivas ligas, há muito utilizados neste tipo de dispositivos médicos. Com efeito, a produção de implantes dentários em 2 partes (pilar + implante) em material cerâmico (zircônia) pela técnica de microPIM, permite baixar o seu custo de produção e manter as propriedades adequadas à função. Possuir uma ligação amovível (implante e pilar), ter uma coloração semelhante à coroa, e um módulo de elasticidade compatível com o valor médio do osso do maxilar foram também objetivos deste projeto.
Para além da produçâo do implante, foram desenvolvidos e otimizados revestimentos cerâmicos naoestruturados com possibilidade de utilização de DPSC's (Dental pulp stem cells - células estaminais isoladas da polpa dentária) de modo a aumentar a capacidade osteointegradora da superície.
Como proposto, a produção de implantes cerâmicos (zircónia) pela técnica de PIM foi um sucesso, sendo possível atingir a precisão dimencional (feedstocks otimizaçãos; precisão das cavidades moldantes) e estabilidade mecânica adequadas para a sua utilização (remoção do ligante e sinterização otimizadas). Os revestimentos nanoestruturados desenvolvidos, aliados à utilização de DPSC's, aumentaram a capacidade osteointegradora da superfície dos implantes (ensaios in vitro e in vivo), sendo assim possível diminuir o tempo de recuperação pós-cirurgia.